II LAWCN 2019

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sobre o BBB e o criticismo

Salve pessoal, 

Esse é outro post que veio de uma resposta no facebook. 



Essa é a minha resposta (o comentário original vem mais abaixo):


Eu adoro picanha argentina, muqueca capixaba, comida tradicional nordestina ou comida japonesa e fico numa grande alegria quando tenho a oportunidade de experimentar alguma comida exótica ou regional, como a káposzta húngara. De vez em quando eu também como um McDonald's com coca-cola ou mesmo uma coxinha.

Eu adoro filmes cult do cinema europeu como Rocco e Suoi Fratelli e as Bicicletas de Belleville ou um americano cabeça como Syriana. Outras vezes eu sintonizo no Jason Stathan dando porrada em todo mundo. Já o BBB eu não engulo (opção minha).

Estou falando tudo isso simplesmente para dizer que até um rabugento como eu gosta das coisas mundanas do prazer carnal. É uma parte importante da psiquê humana que tem que ser valorizada e alimentada (lembro do livro do Pierre Veil: O Corpo Fala). Nesse sentido, eu considero BBB válido como entretenimento de baixa qualidade intelectual, como McDonald's com coca-cola é de baixa qualidade nutritiva mas ainda assim válido como culinária.

O que me irrita nesse tipo de post e na situação como um todo são duas coisas:

1) A crítica à crítica. Há uma corrente cada vez mais forte para nos transformar em anencéfalos apáticos que não emitem opinião sobre coisa alguma. Bom, a liberdade permite que cada um consuma o entretenimento que quiser, mas ela também permite que eu diga convicto de que BBB é uma bosta (perdoem-me o francês) e lixo cultural da pior espécie, pois se baseia na exploração rasteira de idiotas submetidos ao ridículo por migalhas. Por outro lado, permite que a Natália aí de cima diga que gosta do BBB, apesar disso, e que é um escroto que se acha superior quem diz que BBB é uma bosta. Beleza, tudo é válido e ela ser uma idiota e eu um escroto é melhor do que não sermos coisa alguma. Assim, a qualidade do BBB como entretenimento, bem como futebol, política e religião, são das coisas que mais temos que discutir. E deixe estar a diferença, deixe vir as críticas, que não são fúteis de jeito algum! 

2) A Globo como veículo de entretenimento. Apesar de aceitar como democraticamente legítima a veiculação do lixo como opção de entretenimento, incomoda-me muito a exclusividade desse padrão cultural. A Globo só traz lixo, só o da pior espécie. Para mim, o que os executivos da Globo querem dizer com isso é que eles consideram a população um amontoado de imbecis que não consegue apreciar coisa alguma além da esquete humorística repetida à exaustão, a vergonha alheia, a exposição ao ridículo, a fofoca e o noticiário mercantil, político partidário de direita e de tablóide. Esta emissora me ofende como telespectador e é por isso que, há um bom tempo, eu não mais a assisto. Confesso que eu tenho um verdadeiro preconceito de tudo que vem da Globo. Incomoda-me muito, ainda, a razão por trás da manutenção desse padrão que, na minha opinião, é manter a população sem capacidade de introspecção ou reflexão intelectual, ao mais belo estilo pão e circo. Irrita-me como ninguém mais quer saber de desenvolvimento intelectual, não só não mais valorizando a cultura, mas na verdade a menosprezando. 

Antes eu tinha asco pela ignorância. Hoje, retificado, percebi que muitas vezes a ignorância não é uma escolha, mas sim, uma fatalidade. Por isso, meu asco agora é pelo desejo de ignorância que tantos brasileiros carregam. A do poder constituído, execrável na mesma medida, é, ao menos, mais compreensível.

Mas enfim, posso estar errado. Fiquem à vontade para criticar. Talvez eu responda, talvez não.


Minha resposta foi a esse comentário:


BBB e a futilidade (de quem critica)

Chegou aquela época em que não podemos falar em BBB que na hora aparece alguém dizendo “parem de falar desse lixo, BBB não é cultura”. E quem disse que eu assisto BBB pra ficar mais culta? O legal é que a maioria dessas pessoas ainda nem completaram o Ensino médio e leram pouquíssimos livros na vida. Não que eu me importe com a questão dos livros, porque pra mim lê quem quer e apenas fazer isso não confere o título de ”fodão” a ninguém.

O que me irrita é esse pedantismo todo. Essa de ”sou bom demais pra ver essa porcaria que não é cultura”. Meu amigo, isso é um programa de entretenimento. A gente não vê pra ficar mais inteligente, a gente vê pra passar o tempo, se divertir, dar umas risadas, sentir vergonha alheia. Já pensou se todo mundo pensasse assim? A vida seria uma bosta. “Ah, não vou mais à praia porque praia não vai acrescentar nenhuma cultura à minha vida”, “Ah, não vou mais mais sair pra dançar com meus amigos porque isso não vai me deixar mais inteligente”, e assim sucessivamente.

O povo quer rir, quer chegar em casa depois de um dia cheio e estressante no trabalho e relaxar. Quer ver BBB? Lindo. Quer ler um livro? Ótimo. Quer simplesmente dormir? Beleza. As pessoas têm uma mania muito escrota de tentar se colocar superior às outras, como se isso as tornasse melhor. Vou contar uma coisinha: isso só faz de vocês uns chatos.

Falei sobre isso no twitter e um seguidor se atreveu a comparar BBB com filantropia, dizendo que as pessoas deveriam investir tempo ajudando quem precisa. ALGUÉM MERECE LER UMA PORRA DE COMPARAÇÃO DESSAS? Esse não deve nem doar roupa pra Igreja, coitado. Outro falou que o Brasil está uma merda por causa do BBB. Ah se esse povo investisse tempo protestando contra os políticos e prefeitos coronelistas que tiram tudo de gente que não tem nada… Mas estão ocupados demais votando no Tiririca como “protesto” e criticando o BBB na internet.

BBB é um programa pra passar o tempo e se divertir, e eu não espero nada mais dele. E se você espera, o único burro aqui é você."

- Natália Penas 


Abraços web-náuticos.
V

Um comentário:

Denisbony disse...

Só um adendo, antes de postar sua resposta, poste o texto que está respondendo, porque ao contrário, fica muito estranho e desconexo ler uma coisa, sem saber exatamente do que ela tá falando.