Nossa...
Quanto tempo faz que eu não escrevo por aqui. Acho que já se foi quase um ano.
É bom retornar para o conforto de derramar as palavras do coração. Esse segundo semestre foi tão corrido, tanta coisa aconteceu... sequer tive tempo de rodar pelo meu blog. É reconfortante estar de volta.
E volto em momento único. É que na verdade, cheguei em outra daquelas cruciais "Two roads diverged in a yellow wood". E grande reviravolta se deu: voltei para a terrinha e me tornei professor adjunto na Universidade Federal de São João Del Rei, na área de Neuroengenharia. É isso mesmo e foi tudo muito rápido. Visitei a UFSJ no fim de outubro, edital do concurso saiu no fim de novembro, concurso e resultado no fim de dezembro, nomeação na ante-véspera do reveillon com posse nessa quarta-feira dia 28/01 e já comecei a trabalhar no dia 29. Loucura, loucura, loucura... Tudo muito rápido, mas muito bom. Estou muito feliz. Muito mesmo, de estar onde estou!
E aqui cabe um parênteses importante...
Volto para a terrinha (Minas, pois sou de BH) deixando parte do meu coração nas terras potiguares. Lugar onde vivi momentos incríveis de alegria e alguns de tristeza (mas vivi!), onde fiz ótimas amizades que levarei para o resto da vida e onde conheci tantas coisas novas, na ciência e sobretudo na vida. Tudo isso entra para o baú do coração e da mente e, sem peso algum, carrego para o resto da minha existência.
Em particular, e tenho que dizer isso, talvez alguém queira dizer que eu desisti de Natal e, sobretudo, que eu desisti e/ou me decepcionei com o Instituto. Na verdade, trata-se bem do contrário. Continuo sendo um verdadeiro entusiasta do projeto do IINN-ELS e desejo a ele e seus membros todo o sucesso do mundo. Serei sempre um colaborador na medida em que minhas novas obrigações me permitirem. À parte as qualidades ou defeitos de seus dirigentes, tão comentadas polemicamente na mídia há algum tempo - que por sinal não me interessam e nem me cabem julgar - o projeto de implementar um centro de neurociências de qualidade internacional em Natal, aliado ao fomento social, tem todo o mérito e merece o apoio de todo o cientista.
Por isso, digo que deixo Natal para ir a São João simplesmente porque isso significa um importante progresso na minha carreira. Deixo de ser pós-doc para me tonar professor adjunto. Volto para a área que me apaixona (ainda mais que o sono e memória): a epileptologia, trabalhando com um grupo que cresce de maneira exponencial no cenário científico nacional e mesmo mundial: o Centro de Pesquisa em Epilepsia Experimental. E mais ainda, trago mulher e filha para pertinho de casa, apenas 180 km de BH, melhorando a nossa qualidade de vida, sobretudo no que tange aos laços familiares afetivos.
E é isso. E é só isso. Seguir adiante na carreira, dando um passo importante em minhas progressões. Soma-se buscar resolver as questões de ordem familiar e pronto: eis o cenário completo da minha transição. Não há cabelo em casca de ovo.
E é por isso que estou tão feliz. Trata-se de uma mudança completa na melhoria de qualidade de vida: profissional, familiar e mesmo financeiro. E é o que o homem precisa. Por sinal, a patroa engravidou de novo. É pra fim de setembro ou início de outubro. Sensacional!!!
Por isso que eu chamo essa postagem de Viagem a São Saruê. O potiguar tira esse referência de letra, mas o mineiro nessa falha (e isso é muito raro, hehe). Mas corresponde ao título da belíssima poesia de Manoel Camilo dos Santos. Trata-se de um clássico da literatura de cordel, da mesma envergadura que "A Chegada de Lampião no Inferno" de José Pacheco. São ambas poesias maravilhosas, literatura pela qual tenho me apaixonado. Certamente o internauta experiente encontrará com facilidade essas poesias na Internet. Mas, recomendo, valorize o poeta, compre o folhetim.
Abraços saudosos!
Vinícius Cota
P.S.: faz uma semana que sou sãojoanense desde pequinininho...
Ponte da cadeia - centro de São João Del Rei
